Baile Costeiro

Tomei um banho de sanga
E passei água de cheiro
Que eu ia botar a canga
Num baile solto e faceiro

Danças e Lua malandra
Cantos de uma calhandra
Fresteado à luz de candeeiro

Montei num pingo leviano
E me bandeei pro entrevero
Pois nunca vi desenganos
Em braço de missioneiro

E num galope vaqueano
Como sopro do minuano
Cheguei pro baile costeiro

Dê-lhe boca e dê-lhe gaita (dê-lhe boca e dê-lhe gaita)
E o fole no vem e vai (e o fole no vem e vai)
Ia alegrando a barranca
Lá na costa do Uruguai

E o gaiteiro balanceiro
Só gritava, assim no mas
Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai

Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai

Esse baile não parava
Nem pra molhar o salão
Polvadeira levantava
Sem escolher direção

E era lindo o sarandeio
Da China, lá pelo meio
Saudando meu coração

E quando clareava o dia
Que o fole tava cansado
Bem de pressa eu dizia
Não podes ficar parado

E o gaiteiro que era um taita
Surrado de alça de gaita
Amanusiava o teclado

Dê-lhe boca e dê-lhe gaita (dê-lhe boca e dê-lhe gaita)
E o fole no vem e vai (e o fole no vem e vai)
Ia alegrando a barranca
Lá na costa do Uruguai

E o gaiteiro balanceiro
Só gritava, assim no mas
Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai

Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai

Dê-lhe boca e dê-lhe gaita (dê-lhe boca e dê-lhe gaita)
E o fole no vem e vai (e o fole no vem e vai)
Ia alegrando a barranca
Lá na costa do Uruguai

E o gaiteiro balanceiro
Só gritava, assim no mas
Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai

Quem tá lá fora não entra
Quem tá aqui dentro não sai



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