Autobiografia, Pt. 1
Isso aqui não é uma musica, é um desabafo
Não tem flow, não tem flipada
Não tem nada do que vocês querem ouvir
Mas tem tanta coisa que eu quero falar
Que eu preciso falar
Será que cês me entendem?
Acho que não
Eu também não preciso ser entendido, só escutado
Eu sempre fui a ovelha negra da familia
Que o vizinho olhava e falava que o futuro era incerto
Eu sempre fui aquele aluno nota zero
Fim da sala que nunca levava o professor a sério
Eu sempre dei muito problema pra minha mãe
De criação, educação e respeito às autoridades
Eu nunca vou entender o que é autoridade
Pois envolvem ordens e eu me sinto livre de verdade
Lembro dos meus pais brigando muito alto
E eu curioso como sempre pus ouvido na porta do quarto
Meu pai falando pra minha mãe que eu era mimado
As nota era baixa e que ela tinha me criado errado
Lembro do meu pai brindando a meu irmão
Que passou em medicina, um brinde pro filho mais esforçado
Na mesma noite eu fui inventar de dizer que
Queria ser rapper e arranquei rizadas de tão engraçado
Eu nem tinha formado no ensino médio
Achava escola um tédio e tinha medo de ir pra faculdade
Tinha pena dos meus pais por trabalharem tão pesado
Só pra ter criado um filho tão covarde
Eu queria ser igual os meus irmãos
Educados, letrados, doutores de verdade
Mas sempre tive um amor pelo underground
A rua me encantava mais que os campos da universidade
Após um ano batalhando lembro de chamar minha mãe
Pra dar uma volta só pra gente bater um papo
Contei pra ela meu sonho de ser MC
E ela me abraçou bem forte, tentou não chorar tão alto
Ela sabia a dificuldade de uma
Carreira independente e do seu filho imprudente
O sucesso era incerto e o dinheiro não era certo
E a chance de fracasso era bem mais evidente
Ela me apoiou indiferente
Pois a ideia de ter um filho sorridente já era suficiente
Ela não tinha em mente a ideia de que um ano depois
Eu ganharia o nacional em nome da gente
Tem quem fale que minha vitoria foi um acidente
Ou mera questão de sorte na escolha dos meus oponentes
Ninguém viveu o que eu vivi então ninguém entende
A sensação do mundo nas costas e o peito ardente
O meu lema sempre foi bola pra frente
E o engraçado é que eu sou péssimo jogando bola
Mais engraçado ainda é pensar que minhas letras
Tão na boca da favela e dentro da sala da escola
Hoje o professor me odeia pois eu
Incentivo as crianças a pensar fora da caixa
Hoje o deputado me odeia pois eu
Incentivo eleitor a votar também fora da caixa
Hoje o rapper de rua me odeia pois eu
Tenho orgulho da minha caminhada: o Sid se acha
Hoje a minha mãe se orgulha pois eu peguei meu
Esforço e fiz diferente do que todo mundo acha
Mundo me desculpa ser assim
Matheus obrigado por ter tido fé em mim
Mundo me desculpa ser assim
Mãe obrigado por ter tido fé em mim
Bendita é o fruto do nosso rap irmão
Sempre foi, isso aqui é uma familia, é nóis por nóis, mano
Não tem flow, não tem flipada
Não tem nada do que vocês querem ouvir
Mas tem tanta coisa que eu quero falar
Que eu preciso falar
Será que cês me entendem?
Acho que não
Eu também não preciso ser entendido, só escutado
Eu sempre fui a ovelha negra da familia
Que o vizinho olhava e falava que o futuro era incerto
Eu sempre fui aquele aluno nota zero
Fim da sala que nunca levava o professor a sério
Eu sempre dei muito problema pra minha mãe
De criação, educação e respeito às autoridades
Eu nunca vou entender o que é autoridade
Pois envolvem ordens e eu me sinto livre de verdade
Lembro dos meus pais brigando muito alto
E eu curioso como sempre pus ouvido na porta do quarto
Meu pai falando pra minha mãe que eu era mimado
As nota era baixa e que ela tinha me criado errado
Lembro do meu pai brindando a meu irmão
Que passou em medicina, um brinde pro filho mais esforçado
Na mesma noite eu fui inventar de dizer que
Queria ser rapper e arranquei rizadas de tão engraçado
Eu nem tinha formado no ensino médio
Achava escola um tédio e tinha medo de ir pra faculdade
Tinha pena dos meus pais por trabalharem tão pesado
Só pra ter criado um filho tão covarde
Eu queria ser igual os meus irmãos
Educados, letrados, doutores de verdade
Mas sempre tive um amor pelo underground
A rua me encantava mais que os campos da universidade
Após um ano batalhando lembro de chamar minha mãe
Pra dar uma volta só pra gente bater um papo
Contei pra ela meu sonho de ser MC
E ela me abraçou bem forte, tentou não chorar tão alto
Ela sabia a dificuldade de uma
Carreira independente e do seu filho imprudente
O sucesso era incerto e o dinheiro não era certo
E a chance de fracasso era bem mais evidente
Ela me apoiou indiferente
Pois a ideia de ter um filho sorridente já era suficiente
Ela não tinha em mente a ideia de que um ano depois
Eu ganharia o nacional em nome da gente
Tem quem fale que minha vitoria foi um acidente
Ou mera questão de sorte na escolha dos meus oponentes
Ninguém viveu o que eu vivi então ninguém entende
A sensação do mundo nas costas e o peito ardente
O meu lema sempre foi bola pra frente
E o engraçado é que eu sou péssimo jogando bola
Mais engraçado ainda é pensar que minhas letras
Tão na boca da favela e dentro da sala da escola
Hoje o professor me odeia pois eu
Incentivo as crianças a pensar fora da caixa
Hoje o deputado me odeia pois eu
Incentivo eleitor a votar também fora da caixa
Hoje o rapper de rua me odeia pois eu
Tenho orgulho da minha caminhada: o Sid se acha
Hoje a minha mãe se orgulha pois eu peguei meu
Esforço e fiz diferente do que todo mundo acha
Mundo me desculpa ser assim
Matheus obrigado por ter tido fé em mim
Mundo me desculpa ser assim
Mãe obrigado por ter tido fé em mim
Bendita é o fruto do nosso rap irmão
Sempre foi, isso aqui é uma familia, é nóis por nóis, mano
Credits
Writer(s): Lucas Luan Queiroz Alves Da Cunha, Kleber Veiga Cavalcante
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