As aparências enganam

As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio
Se irmanam na fogueira das paixões

Os corações pegam fogo e depois
Não há nada que os apague
Se a combustão os persegue
As labaredas e as brasas são

O alimento, o veneno, o pão
O vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão
Sonhos vividos de conviver

As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio
Se irmanam na geleira das paixões

Os corações viram gelo e depois
Não há nada que os degele
Se a neve cobrindo a pele
Vai esfriando por dentro o ser

Não há mais forma de se aquecer
Não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer
Senão chorar sob o cobertor

As aparências enganam
Aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo
Se irmanam no outono das paixões

Os corações cortam lenha e depois
Se preparam para outro inverno
Mas o verão que os unirá
Ainda vive e transpira ali

Nos corpos juntos na lareira
Na reticente primavera
No insistente perfume
De alguma coisa chamada
Amor



Credits
Writer(s): Jose Antonio De Freitas Mucci, Sergio Roberto Ferreira Varela
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