Pernoite (Poema Sozinho-Gildes Bezerra)

Tava sumindo
O luar lá bem distante
Quando um certo caminhante
Pela encosta apareceu

Vinha a cismar
Indeciso a caminhar
Sem saber onde parar
Quando um rancho apercebeu

Pediu pousada
Com voz mansa e educada
Que eu fui logo tapeada
Com tamanha distinção

Se conhecemo
Muita jura nóis troquemo
E o amor que nóis falemo
Cresceu no meu coração

No outro dia
Fui depressa ver Maria
Pra contar o que havia
Com respeito aos sonhos meus

Vortei correndo
Quando vi lá bem distante
Meu querido caminhante
Partir sem dizer adeus

Eu quis chorar
Eu quis rir, eu quis zombar
De quem veio pernoitar
E roubou a minha paz

Faz mais de ano
Quando a lua vai baixano
Eu daqui fico esperando
Quem num vorta nunca mais

É difícil, minha amigo, é difícil
Cantar acalantos em noites de ausência
E permanecer sereno
Sabendo que ninguém abrirá a porta
Esparramando clarão de luar
No espaço vazio da sala
É difícil, minha amigo, é difícil



Credits
Writer(s): Chinho Abreu
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