Atorando um Chote

Quando me encontro chimarreando num galpão
Junto tropilhas de saudade entre as brasas do tição
Enxergo longe as lembranças do passado
Se entropilharem solitas dentro do meu coração

E tudo isso me faz recordar da infância
Da velha e querida estância e dos dias de rodeio
Escuto um bufo na minha alma campeira
De uma cordeona grongueira atorando um xote no meio

Olha lá fora e me vejo dando porrete
Quando era um índio ginete agarrado no serigote
Num desses potros com maçaroca na cola
Força no lombo e granito no cangote
Num desses potros com maçaroca na cola
Força no lombo e granito no cangote

Ainda me lembro dos fandangos nas três bocas
Sironeando as ânsias loucas quando a lua pasta baixa
E o Adão Braga, o famoso Adão patudo
Que parecia um cuiudo numa rancherita guacha

Quando eu me for morar debaixo do chão
Meus apetrechos campeiros quero levar no caixão
Quero meu mango e as crinas de um redomão
E as alças da minha gaita, e enfie nas minhas mãos

Olha lá fora e me vejo dando porrete
Quando era um índio ginete agarrado no serigote
Num desses potros com maçaroca na cola
Força no lombo e granito no cangote
Num desses potros com maçaroca na cola
Força no lombo e granito no cangote



Credits
Writer(s): Guide Grande, João Sampaio, Walther Morais
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