Despiu a Saudade

Despiu a saudade depois do jantar
Num prato já frio de tanto esperar
Aquele que bebe nos tascos da vida
Rodadas de amantes de tara perdida
E chega tão cheio de nada p'ra dar

Aquele que bebe nos tascos da vida
Rodadas de amantes de tara perdida
E chega tão cheio de nada p'ra dar

Sacudiu o pó desse amor primeiro
Num canto guardado do seu coração
Aquele retrato parado no tempo
Que morde por fora, magoa por dentro
Num corpo vazio de tanta ilusão

Aquele retrato parado no tempo
Que morde por fora, magoa por dentro
Num corpo vazio de tanta ilusão

Mas de repente como um sol depois da chuva
Surgiu a noite transformada em alvorada
Vai p'ró espelho, faz-se bonita
Lábios vermelhos, corpo de chita
Vestido na pressa de quem sai já atrasada

Brilho nos olhos, ar de menina
Livre e rainha, de tresloucada
Saltou p'rá lua, na minha rua na madrugada

Trago o coração à flor da boca
E a sina escrita na palma da mão
Foram tantos anos sem imaginar
O dia sonhado da noite mais louca
Nas ruas da vida com ela a dançar

Foram tantos anos sem imaginar
O dia sonhado da noite mais louca
Nas ruas da vida com ela a dançar

Despiu a saudade
Sacudiu o pó



Credits
Writer(s): Paulo Abreu Lima, Antonio Zambujo
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