Insolúvel

Insolúvel
Desidrato-me como as orlas do penhasco
Linhas de costura recolocam meus pedaços no lugar
Marcas pela pele que são vitorias dos dias que andavam de venda
Mesmo não podendo ver um palma a frente

Coincide os astros me mandarem seguir
E os alinhamentos dos nosso lábios vida adentro
Epiderme com espinhos venenosos
E a sangria desenfreada dos corpos sem donos pela noite
Corrido, frente e verso desse homem
De calhas cheias me transbordam
Sentimentos que não cabem

Porém, insistem em cair do céu nos dias cinzas e tempestuosos
Como arcos no horizonte que não levam a lugar nenhum
A imensidão do teu silêncio me trouxe vertigem ao olhar as horas

Não cabe a mim
Não cabe em mim saber de tudo (Não cabe em mim)
Não cabe a mim
Não cabe em mim saber de tudo

Quem somos refletidos nas poças d'água?
Quem sou holográfico na sua bola de cristal?
Quem somos refletidos nas poças d'água?
Quem sou holográfico na sua bola de cristal?

Fomos a nascente que transbordou sangue
Desemboca nos meus poros calejados como quem não olha pra si mesmo
Tempestades coloridas dentro de um copo
O medo cobra o preço
O tempo traz lembranças como um viajante submerso em histórias falsas
Os bares são o púlpito dos corações quebrados
Partidos como os muros em frente ao mar
O excesso vem de dentro, a falta vem de dentro
Nem o mais forte dos homens caminhou com flechas presas dentro de seu peito
Por isso tiro esse peso que bombeia minhas dores



Credits
Writer(s): Beli Remour
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