Carniceria de Fronteira

No que "prende" a serra, assim no más, o dia "empeza"
O dia "empeza"
Que o serviço é bruto e a "plata" se cria, -peça por peça!
-Peça por peça!
Um "novillo buenasso" escolhido num "vistasso" pelo "carnicero"
Pelo "carnicero"
E que se vai aos "poquito", engraxar os "prato" nos "rancho povoeiro"
Nos "rancho povoeiro"

Entre "assado" e "vacío", "lomo y picaña", os "freguês" vão pedindo
Uns "corte más ancho" e "otros más gordo", que se chega o domingo"
Se chega o domingo"
-Um granito de peito, uns dois, três "puchero" e algum osso que sobre
E um "gurizito" descalço, imagina o "poroto" no seu rancho pobre...

Carnicería de fronteira donde a vida povoeira por "vez" se rebusca
"Clavada na linha", mirada de campo que nunca se ofusca
Com cheiro de carne, entre e peso e real –comércio campeiro!-
"Mata a hambre" de tantos que vivem na sorte do arrabalde fronteiro...

Ainda sobra o espinhaço, "de um borreguito pesado" dos pagos de "allá"
Coração e "riñon", que "se quedán mejor con el vino tannat"
O naife chairado demonstra a pericia quando alguém se anuncia
E corta com jeito, uma "carne coimera" pra algum "policía"...

Um "chorizito" gordo, enchido na guampa e a ponta de espinho
Mal chega ao balcão, e nem cai à balança e se vai aos vizinho...
E se vai aos vizinho...
Mesmo com a noite, mostrando o semblante, tão negra e tão fria
O serviço não para, pois tem charque e limpeza na carnicería

Carnicería de fronteira donde a vida povoeira por "vez" se rebusca
"Clavada na linha", mirada de campo que nunca se ofusca
Com cheiro de carne, entre e peso e real –comércio campeiro!-
"Mata a hambre" de tantos que vivem na sorte do arrabalde fronteiro...
–Comércio campeiro!-
"Mata a hambre" de tantos que vivem na sorte do arrabalde fronteiro...



Credits
Writer(s): Daniel Cavalheiro, Leonardo Borges
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