Meu Passado, Minha Vida

Quando eu pego no braço da viola que ponteio
Sinto saudade no peito me retalhando no meio
Saudade da minha infância, no coração bate em cheio
No videotape da mente
Vejo amigos e parente
O primeiro amor que veio

Eu vejo Monte Aprazível e sua linda represa
Vejo a dança da catira na Fazenda Fortaleza
Lembro quando anoitecia, na escuridão traiçoeira
Um Urutau escondido
Com seu cantar atrevido
Me assustava a noite inteira

Na Fazenda Água Limpa era nossa moradia
Mamãe no fogão de lenha cozinhando pra família
Meu avô Joaquim Maria, meu mestre de cantoria
Vejo meu pai no catira
Com sua viola caipira
Cantando com a voz macia

Vejo a campina florida nas manhãs de primavera
Meu pai preparando a roça, descoivarando as tiguera
Eu que levava a merenda, não esqueço como era
Quando passava a baixada
Eu via vovó sentada
Na soleira da tapera

Hoje está tão diferente onde eu fui morador
Já morreu Joaquim Maria, adeus vovó, adeus vovô
Meus pais também já se foram, morar com nosso Senhor
Aquele lugar bonito
Agora me deixa aflito
Virou recanto de dor



Credits
Writer(s): Antonio Borges De Alvarenga, Antonio Francisco Teodoro, Aureo De Carvalho
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