Empirimístico

Vê se parece uma razão de ser
Apesar de todos os percalços que atravesso, sei
Que ainda tenho lá meus predicados
Esperando pra nascer
Em papel ou em você

De fato eu preciso descobrir
Uma forma de viver
Um dia após o outro, sem sofrer oscilações
Do sacro humor que rege a vida
E promove as decisões
Me diz qual é o segredo dos sensatos

Quando estou de bem comigo eu deixo vir
O peso que se encosta em mim
Disfarço e saio bem na contramão
Caso não se faça aquilo que se quer
Na vida uma cadência torta
Vale o comodismo da ilusão

E eu que gostava do azar
Dizia me esquivar com graça dos buracos
Mas sempre me via num
Refutando o fardo que me cabe
Visitando os meus infernos, ora sim e ora não

E hoje eu reconheço que meu descompasso
É fruto do que fui até aqui
Mas ainda tiro um riso fácil
Das situações mais adversas
E que talvez lidar
Com os impulsos do coração
Se torne uma contradição

Ontem você só ia se exaltar
E desbocado fez calar até a mãe
E hoje na crista de qualquer distração
Invoca a teima, mas vive na corda bamba

Falando pouco
Amando menos
Dizem ser louco
Talvez ingênuo



Credits
Writer(s): Diego Scalada
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