Enfado

Não me peçam
Que eu tire do meu rosto
Esse jeito de desgosto
Esse ofício de saudade

Sou um triste
Sem passado, sem história
Sem receios na memoria
Sem tratados de verdade

Folgo bastante em saber
Que o meu modo de ser
Fere todo o contexto

E que passei pelo rei
Nem sequer me curvei
Eu, poeta bissexto

Ah, me permitam deixar
Dentro do meu olhar
A tristeza de mim

Tenho o peito destinado ao tombadilho
Distratado como um filho
Que o desprezo amamentou

Dentro d'alma um niilismo absoluto
E nas mãos, como insulto
A ternura de um pintor

Rio de todos vocês
De amanhãs e porquês
Vocês são a ralé

Com tanta definição
Tanta exatidão
Homens de tanta fé

Bom é viver por viver
Ter prazer por prazer
E morrer por morrer

Bom é viver por viver
Ter prazer por prazer
E morrer por morrer

Tenho o peito destinado ao tombadilho
Distratado como um filho
Que o desprezo amamentou

Dentro d'alma um niilismo absoluto
E nas mãos, como insulto
A ternura de um pintor

Rio de todos vocês
De amanhãs e porquês
Vocês são a ralé

Com tanta definição
Tanta exatidão
Homens de tanta fé

Bom é viver por viver
Ter prazer por prazer
E morrer por morrer

Bom é viver por viver
Ter prazer por prazer
E morrer por morrer



Credits
Writer(s): Roque Augusto Ferreira
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