Flagelo

Sem mais delongas,
Parto pra evitar pendengas
A estrada é longa até o meu amor
Hoje não tô de bom humor
Quero evitar bacu dos vermes
Sim, sinhô!
É cabrero atravessar o suvaco da cobra
Mas eu também sou cobra criada
Rataria tenho de sobra
Desconfio até da minha sombra
Sinto um mal presságio
Atravessar a viela é o próximo estágio
Me recomponho
Por meu amor eu me imponho
Enfrento até quimera
Enquanto ela me espera
Em sua caxanga próspera
Como dizem: A morte não chega de véspera
Aperto o passo pra ver se passa esse aperto
Que alívio,
Eu já tô bem perto
Paro e me deparo com ela na rua
O quê!?
Eu, boquiaberto

Não acredito no que vejo
Congelo!
Como uma escultura de Michelangelo
Amar e não ser amado é o meu flagelo
Não acredito no que vejo
Congelo!
Como uma escultura de Michelangelo
Amar e não ser amado é o meu flagelo

Era um caso de amor solitário
Um suspiro
Doce e perigosa
Amor, você apareceu de surpresa
Meu coração derretido
Num tapete persa desprezado
Foi um golpe só
Nó na glote!
Amor de cera
Perto daquela fonte de calor
Pedi a mão da amada
E ela disse, vem
Vem que vem!
Quero em dobro
Com seus lábios úmidos
Dentro de uma armadura fria
E eu ria feito um bobo
Via ela nua em pêlo
Cego e apaixonado
A brasa freia queimando meu tórax
Um iceberg estacionado na mesma vaga
Ainda tô aqui!
Otimista na sala de espera
Sobrou minha carne seca, rígida, bruta
Numa praça qualquer
Com um buquê na mão
Só, numa noite de núpcias!

Não acredito no que vejo
Congelo!
Como uma escultura de Michelangelo
Amar e não ser amado é o meu flagelo
Não acredito no que vejo
Congelo!
Como uma escultura de Michelangelo
Amar e não ser amado é o meu flagelo



Credits
Writer(s): Renato De Oliveira
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