Medo

Tenho medo de tentar ser eu
Medo de acreditar que é meu
Medo de um dia me perder
Ou nunca se quer me entender
Medo de nunca encontrar
O que fazer nesse lugar
Medo de ir, de ser, estar
De tudo que posso encontrar

Quando percebo que sou frágil
Quebro em um milhão de cacos
Esse homem idealizado
Não passa de um belo trapo
Tenho medo de você
De tudo que podemos ser
Esse demônio e unicórnio
Tem medo de aparecer

Medo de tudo dar errado
Mesmo quando há um contrato
Ou de ser deixado de lado
Pelo tesouro encontrado
Medo de não ser gestor
Bom pai, bom filho, bom avô
Medo de perder meu amor
De não saber lidar com a dor

Toma cuidado menino
Para não se congelar
O medo é paralisante
Ele vai te petrificar

Já não é segredo que eu tenho medo
Toda noite a noite é de desespero
Todo dia eu olho no espelho as vezes nem reconheço quando enfrento aquele medo
Só me diz porque de tanto dedo pra acabar com esse enredo tão tristonho e infeliz?
Já que tudo que eu mais queria era expurgar a covardia para bem longe de mim