Teimosia

A dor é a mesma de sempre
É a que já vem do ventre
O pranto cai sobre o prato
E o verde é indiferente
A dor é a mesma de sempre
Que já vem desde a semente

O grito agride o infinito
Mas não atinge o ouvido
A reza, a vela acesa
E sobre a mesa um deus lindo
O grito agride o infinito
E os cegos seguem dormindo

Graças ao divino que me fez um homem,
Fez o sol que avança e dizima o dia
Graças ao divino que me deu a fome,
A desesperança e a teimosia

Com o tempo, nós aprendemos
A nos fartar com o de menos
Desgraça pouca é de graça
Nossas feridas lambemos
Com o tempo, nós aprendemos
E nos tornamos pequenos

Mas nossa prole é uma praga
Que nem a guerra apaga
Multiplicamos os ramos
Cabemos em cada fresta
A nossa prole é uma praga
Que, um dia, o mundo, infesta

Graças ao divino que me fez um homem,
Fez o sol que avança e dizima o dia
Graças ao divino que me deu a fome,
A desesperança e a teimosia

Graças ao divino que me fez um homem,
Fez o sol que avança e dizima o dia
Graças ao divino que me deu a fome,
A desesperança e a teimosia



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