Conto de Areia - Rap de Areia

Contam que toda tristeza que tem na Bahia
Nasceu de uns olhos morenos molhados de mar
Não sei se é conto de areia ou se é fantasia
Que a luz da candeia alumia pra gente contar

Um dia, a morena enfeitada de rosas e rendas
Abriu o seu sorriso de moça e pediu pra dançar
E a noite emprestou as estrelas bordadas de prata
E as águas de Amaralina eram gotas de luar

Era um peito só
Cheio de promessa, era só
Era um peito só
Cheio de promessa, era só

Era um peito só
Cheio de promessa, era só
Era um peito só
Cheio de promessa

Quem foi que mandou o seu amor se fazer de canoeiro?
E o vento que rola nas palmas arrasta o veleiro
Que leva pro meio das águas de Iemanjá
E o mestre valente vagueia
Olhando pra areia sem poder chegar

Salve Clara Nunes, salve a mineira guerreira
Salve o samba, salve o rap
Salve o batuque brasileiro, é nóis

Melancolia havia, tolerei, quase mata
As alegrias do erê pra valer, é
O canoeiro, pois, por amor
Quem foi que não chorou o mar inteiro?

Tenho saudades, senhora, agora
Nesses tempos de areia, conchas e ventos
Saldei, saravá, sua banda
Ô, tristeza bonita com o samba

Pupilas como barcos à deriva vão
Em um oceano de solidão
Loucura e beleza dolentes são quentes
Quentes coração que definha e descansa, é

Quer, quer maré mansa
A sorrir, dança tipo o Gonzaguinha
Pela pureza da resposta das crianças

Adeus, meu amor, não me espera
Porque eu já vou-me embora
Pro reino que esconde os tesouros de minha senhora

Desfia colares de conchas pra vida passar
E deixa de olhar pros veleiros
Adeus, meu amor, eu não vou mais voltar

Foi beira-mar, foi beira-mar quem chamou
Foi beira-mar, foi beira-mar
Foi beira-mar, foi beira-mar quem chamou
Foi beira-mar, foi beira-mar

É água no mar, é maré cheia, ô
Mareira, mareia
É água no mar, é maré cheia, ô
Mareira, ô, mareia

Mareira, ô, mareia
Mareira, ô, mareia



Credits
Writer(s): Emicida, Antonio Carlos Nascimento Pinto, Romildo Souza Bastos
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