Minha Vida

Trago na lembrança quando era criança
Morava na roça gostava da prosa
Do monjolo d'agua, da casa de tábua
Quando o Sol saia invernada eu subia
Pras vaca leiteira eu tocar na mangueira

Fui muleque sapeca levado da breca
Gostava da viola e ainda ia na escola
Eu ia todo dia numa égua tordilha

Com quinze ano de idade mudei pra cidade
Saí da escola era rapazola
Deixei de estuda fui caxeiro num bar
Trinta mil réis por meis pra servi os fregueis
Vendendo cachaça aturando ruaça

Pra mim só foi boa a minha patroa
Vivia amolado com meu ordenado
Trabalhei sete mês recebi só uma vez

Eu num via dinheiro entrei de pedreiro
Pra aprender ofício mas foi um sofriço
Sol quente danado emborsando telhado
As cadera duia eu me arrependia
Mais não tinha jeito era mete os peito

No duro enfrentei não me acostumei
Sou um pouco retaco meu físico é fraco
Só fala no trabalho quase que me desmaio

Tive grande impulso com outro recurso
A viola é tão fácil é só mecher nos traço
Fazê modas boa quando o povo enjoa
Fazê modas dobradas e selecionada
Pras festa que for não passar calor

Evitar de bebe pra voz num perde
Dinheiro no bolso vem com pouco esforço
Neste meu céu de anil divertindo o Brasil



Credits
Writer(s): Paulo Jose Pereira Da Silva, Alexandre Magno Rodrigues Vieira
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