Canção Desnecessária

Enlace o meu silêncio
E valse a valsa avessa
Que te fiz em pranto

É valsa em si contrária
Só pisando em falso
Se pressente o chão

A música ilusória
Quase te atravessa
Sem você dar conta

E tanta antimatéria
Sem querer se apossa
Do seu coração

Esqueça o tempo então
E valse um sentimento
Por dentro a valsa esquece o som

Extemporânea, imaginária
Etérea como o amor
Até quem sabe o grande amor
Amor que vem na valsa

Mas que só se confessa
Quando a valsa cessa
Amor

Abrace o precipício
E valse a valsa imersa
Num silêncio insano

É valsa involuntária
Mansa em seu ofício
De soar em vão

Canção desnecessária
Quase sempre acessa
Seu fundo oceano

Se você perde o senso
Nasce na memória
Súbito salão

Esqueça o tempo então
E valse um sentimento
Por dentro a valsa esquece o som

Extemporânea, imaginária
Etérea como o amor
Até quem sabe o grande amor
Amor que vem na valsa

Mas que só se confessa
Quando a valsa cessa
Amor

A sorte está lançada
A valsa está cansada
Logo vai cessar

No próximo compasso
Vai sumir no espaço
Vai se dissipar

Enlace o universo
E valse a valsa imensa
Que te fiz sonhando

Por mais que não pareça
Nessa valsa avessa
Pulsa um coração



Credits
Writer(s): Carlos Althier De Souza Lemos Escobar, Mauro Martins De Aguiar
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