Cruel, Cruel, Esquizofrenético Blues - Multishow

Oh, esse é um papo meu
Esse é um papo meu com uma mina
Da mesma idade que eu
Só que ela envelheceu

Um dia eu perguntei pra ela
Mina, você ainda tem um brilho (brilho)
Eu disse brilho nos olhos, você ainda tá ligada
Ligada nos dias de ontem

Quando tudo era divino, divino maravilhoso
Agora conte-me sobre o seu esposo
Sentado numa sala atapetada
Com ar condicionado em frente a televisão
Que sua mãe coitada, ainda paga a prestação

Ela lhe deu quando você se formou
Ela lhe deu quando você se casou
Ela lhe deu quando você engravidou
E agora é mãe

Mãe de um loiro lindo casal levadíssimo
Mas você não sabe e também não entende
Que esse vazio idiota que te consome
E some com a tua paz

Que se foi como aquela empregada radical
Que você mandou embora numa cena feia
Depois da ceia na noite de Natal
Só porque ela pegou no peru
Do seu marido, peru de Natal

Você sacou o lance num relance
Quando passou pela cozinha
Não, não vá dizer que a culpa é minha

Meu Deus, como você foi
Eu disse: Meu Deus, como você foi
Cruel, cruel, esquizofrenético blues
Cruel, cruel, esquizofrenético blues

(Não, não vá) não, não vá botar a culpa no destino
Por ter casado com um cretino industrial
Apenas para dar uma satisfação a sociedade
Pois na verdade eras parada, num surfista boçal
Não, agora não dá mais, ah, puta que pariu

Meu Deus, como você foi
Eu disse: Meu Deus como você foi
Cruel, cruel, cruel, cruel
Cruel, cruel, cruel, cruel, cruel, cruel



Credits
Writer(s): Evandro Nahid De Mesquita, Ricardo Barreto
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