Campo Afora

Me fiz ginete no lombo dos aporreados
Pois herdeiro sou do finado tiaraju
Bicho maleva e veiaco que bate basto
Bate o pavor quando enxerga este xiru

Eu nasci xucro e trago nas veia esta herança
Me fiz ginete no lombo dos aporreados
Gosto de ver o sangue escorrendo da espora
Enquanto o mango vai pegando dos dois lados

Já fiz cavalo para três pátrias gaúchas
Pois sou herdeiro do finado tiaraju
Bicho maleva e veiaco que bate basto
Bate o pavor quando enxerga este xiru

Me alegra muito a voz de larguem esse guacho
Que sai bufando e urrando nas minhas esporas
Enquanto o vento assobia no meu chapéu
Eu abro o peito gineteando campo afora

Enquanto o vento assobia no meu chapéu
Eu abro o peito gineteando campo afora

Faço bocudo endemoniado virar santo
E burro xucro sai arrotando capim
Até o cuiúdo da manada que era surdo
Ouve meu nome e se ajoelha perto de mim

Tenho por sina esse ofício lindo e bruto
Trago de canha pelo forte e maneia
Porque se o maula encasquetear que ele é mais macho
Esbarra no braço de quem doma e gineteia

Me alegra muito a voz de larguem esse guacho
Que sai bufando e urrando nas minhas esporas
Enquanto o vento assobia no meu chapéu
Eu abro o peito gineteando campo afora

Enquanto o vento assobia no meu chapéu
Eu abro o peito gineteando campo afora

E essa é a homenagem do Portal Gaúcho
Aos homens que levam a vida no lombo de um cavalo
Gineteando campo a fora



Credits
Writer(s): Joao Sampaio, Diego Augusto Muller, Walther Moraes
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