Eu Tão Só

Quatro paredes, silêncio
É uma roseira em flor
Num azulejo, uma quadra
Que contava o nosso amor

A velha colcha de renda
Coberta dos teus abraços
Foi tudo que me deixaste
Na ausência dos teus passos

Uma toalha bordada
Estendida sobre a mesa
Aquela imagem da virgem
Deste copo de tristeza

E as andorinhas de barro
Nas paredes desse lar
Que sentindo o nosso outono
Partiram para sempre, aprenderam a voar

Deixaste-me a vida parada
E eu tão só nessa esperança adiada
E eu tão só nesta berma da estrada
Eu tão só (eu tão só)

Deixaste-me essa tua imagem
E eu tão só sem vontade ou coragem
E eu tão só para seguir viagem
E eu tão só

Quatro palavras, dei a Deus
De uns retratos do passado
O desespero, esta dor
Noite após noite, acordado

O desejo de te ver
De te amar à vontade
Foi tudo o que me deixaste
Perdido entre o meu travesseiro e a saudade

Deixaste-me a vida parada
E eu tão só nessa esperança adiada
E eu tão só nesta berma da estrada
Eu tão só (eu tão só)

Deixaste-me essa tua imagem
E eu tão só sem vontade ou coragem
E eu tão só para seguir viagem
E eu tão só (eu tão só)

Deixaste-me a vida parada
E eu tão só nessa esperança adiada
E eu tão só nesta berma da estrada
Eu tão só (eu tão só)

Deixaste-me essa tua imagem
E eu tão só sem vontade ou coragem
E eu tão só para seguir viagem
E eu tão só



Credits
Writer(s): Antonio Jose Correia Brito
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