Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol
Que é feito de ternura amarrotada
Da frescura que vem depois do Sol
Quando depois do Sol não vem mais nada

Olho a roupa no chão, que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio
Como vultos perdidos na cidade
Onde uma tempestade sobreveio

Começas a vestir-te lentamente
E é ternura também que vou vestindo
Para enfrentar lá fora aquela gente
Que da nossa ternura anda sorrindo

Começas a vestir-te lentamente
E é ternura também que vou vestindo
Para enfrentar lá fora aquela gente
Que da nossa ternura anda sorrindo

Começas a vestir-te lentamente
E é ternura também que vou vestindo
Para enfrentar lá fora aquela gente
Que da nossa ternura anda sorrindo

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
A despimos assim que estamos sós



Credits
Writer(s): David Mourao-ferreira
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