Serenata

Dorme, fecha esse olhar entardecente
Não me escutes, nostálgico, a cantar
Pois não sei se feliz ou infelizmente
Não me é dado, beijando, te acordar

Dorme, deixa os meus cantos delirantes
Dorme, que eu olho o céu a contemplar
A lua que procura diamante
Para o teu lindo sono, ornamentar

Na serpente de seda dos teus braços
Alguém dorme, ditoso, sem saber
Que eu vivo a padecer
E o meu coração feito em pedaços
Vai sorrindo ao teu amor, mascarado desta dor

No teu quarto de sonho e de perfume
Onde vive a sorrir teu coração
Que é teatro da ilusão
Dorme junto a teus pés, o meu ciúme
Enjeitado e faminto como um cão

Dorme, fecha esse olhar entardecente
Não me escutes, nostálgico, a cantar
Pois não sei se feliz ou infelizmente
Não me é dado, beijando, te acordar

Dorme, deixa os meus cantos delirantes
Dorme, que eu olho o céu a contemplar
A lua que procura diamante
Para o teu lindo sono, ornamentar



Credits
Writer(s): Silvio Caldas
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