Cipreste

Cipreste, meu amigo
Estás aí há tanto tempo
Entre o cedro e o carvalho

De que falas tu com eles
Quando sentes o orvalho
A descer por ti abaixo
Dar de beber à raiz

Que atravessa os meus pés
No sopé desta colina
Neste prado de verdura
Onde o silêncio domina

Cipreste, meu amigo
A neve fez-te duvidar
Da tua condição de crente

Foi o excesso de zelo
Do janeiro inclemente
Mas já março traz o degelo
Tu cochichas ao ribeiro

Que segredas às mimosas
De que falas com o gaio
Gostavas de ir ver o mundo
Quando vem o mês de Maio

Êh-êh-êh-êh-êh
Êh-êh-êh-êh-êh
Êh-êh-êh-êh-êh

Cipreste, meu amigo
Dá-me sombra e companhia
Se amainares o calor

Que aqui faz ao meio-dia
Prometo que a minha alma
Que já viu os sete mares
Quando vier em romagem

Te conta toda a viagem
Que fiz antes de morrer
Dá-me só a tua fresca
Dou-te o mundo a conhecer

Êh-êh-êh-êh-êh



Credits
Writer(s): Rui Veloso
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