Cantar Absinto

Se quando canto não minto
É porque canto faminto à mesa posta do mundo
É fome que não tem fundo
Quanto mais canto, mais sinto

Esse cantar absinto que a lucidez contamina
É uma estranha morfina, cuja a dose aumenta a dor
Mas só quem bebe podia saciar a fome tardia
De se cantar por amor

Como se cada momento
Fosse mero fingimento, a vida me cobra o canto
E a fome que aumenta tanto
É a mesma que dá sustento

Sei de canoas quebradas
Que cruzam águas paradas e canto com a boca no mundo
Pois não tem poço mais fundo
Do que a alma apaixonada

Por isso canto e não minto
E em qualquer espelho pinto a boca
Que é um coração
E redesenho a paixão que é toda fome que eu sinto

Esse cantar absinto que a lucidez contamina
É uma estranha morfina, cuja a dose aumenta a dor
Mas só quem bebe podia saciar a fome tardia
De se cantar por amor

Mas só quem bebe podia saciar a fome tardia
De se cantar por amor



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