Canto de Ossanha

Vamo fazer o Canto de Ossanha, né?
Ah, vamo fazer o Canto de Ossanha? (Claro!)
O canto da mais difícil e mais misteriosa
Das Deusas do candomblé baiano

Aquela que sabe tudo sobre as ervas
Sobre a alquimia do amor, derá, derê, deá

O homem que diz: Dou (não dá)
Porque quem dá mesmo (não diz)
O homem que diz: Vou (não vai)
Porque quando foi, já (não quis)

O homem que diz: Sou (não é)
Porque quem é mesmo é (não sou)
O homem que diz: Tô (não tá)
Porque ninguém tá quando quer

Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai, vai, vai, vai (eu não vou)
Vai, vai, vai, vai (não vou)
Vai, vai, vai, vai (não vou)
Vai, vai, vai, vai

Não vou, que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou

Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo sinhô, saravá!
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender

Pergunte pro seu orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pro seu orixá
O amor só é bom se doer

Vai, vai, vai, vai (amar)
Vai, vai, vai, vai (sofrer)
Vai, vai, vai, vai (chorar)
Vai, vai, vai

Dizer que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou

Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Vai, vai, vai, vai (amar)
Vai, vai, vai, vai (sofrer)
Vai, vai, vai (chorar)
Vai, vai, vai (dizer)

Vai, vai, vai (amar)
Vai, vai, vai (sofrer)
Vai, vai, vai (chorar)
Vai, vai, vai (dizer)



Credits
Writer(s): Vinicius De Moraes, Baden Powell
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