Tortura

Tirar dentro do peito a emoção
A lúcida verdade, o sentimento
E ter depois de vir do coração
Um punhado de cinzas esparso ao vento

Sonhar um verso de alto pensamento
E puro como um ritmo de oração
E ter depois de vir do coração
O pó, o nada, o sonho de um momento

São assim, ocos, rudes, os meus versos
Rimas perdidas, vendavais dispersos
Com que eu iludo os outros, com que minto
Quem me dera encontrar um verso puro
Um verso altivo e forte, estranho e duro
Que dissesse, a chorar, isto que sinto



Credits
Writer(s): Raimundo Fagner Candido Lopes
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