O Mundo é Nosso

Homem negro, inferno branco tipo Tarantino
Homem branco, inferno banto tipo tá tirano
Os menor tá desesperado, tipo atirando
Eu querendo salvar o mundo, ela pergunta: tá zuando? (Não)

É que as ruas me lembram o "Massacre da Serra Elétrica"
Eles tentam roubar, é o massacre da cerca elétrica
E o rap preocupa com povo ou preocupa com a métrica
Mas os tentáculos do polvo é o que vai me afundar

E o olho que me julga precisa fazer regime
Ou algum de nós dois vai estar lá na cena do crime
E eu só querendo eu e minha mina na fila do cine
Vendo o filme da minha vitória

Sou da sua raça, mano, é a nossa vitória
Já foram farsa, vamo contar nossa história
Quilombos, favelas, no futuro seremos reis, Charles
Seremos a negra mais linda desse baile, charme

A negra velha, mas sábia, crianças a chave
Eles são cadeado, já foram corrente, sabe?
O lado negro da força mato com meu sabre
Te corto com meu sabre

Como se fosse a noite, cê vê tudo preto
Como fosse um blackout, cê vê tudo preto
São meus manos, minhas minas
Meus irmãos, minhas irmãs, yeah
O mundo é nosso

Hã, tipo à noite cê vê tudo preto
É, tipo um blackout, cê vê tudo preto
São cantos de esquinas, de reis e rainhas, yeah
O mundo é nosso

Já disse: pretos no topo, e eu falava sério
Tipo BK, me veja como exemplo
Minha quebrada na merda, minha city fora do mapa, mano
Pro meus irmão eu sou exemplo, não nasci branco

Para ser franco, não nasci banco
Memo' assim a paty quer sentar
Sou elétrico, tenho em mim a resistência
Sou DV Afrotribo pondo fim na concorrência

Ganhar dinheiro tipo Cassino de Scorsese
Gastar dinheiro tipo "Até Que a Sorte Nos Separe"
Manos se drogam, pensam: até que a morte nos ampare
E a bola de cristal do boy é a taça de Campari

E o morro chora, desespero e ainda tem bala
Prefeito diz: senhor é meu pastor, mas nada te asfaltará
Tudo te faltará, se comprometerá
Pra consumir doses de alegria e não pagará

É o "Homem na Estrada" de todo dia
E sabe a resposta, o que é clara e salgada
Os mais novo vive queimando largada
Não sabe ler nem escrever, e sabe o nome da delegada

Sejamos Abraham Lincoln, independência
Com a pele de Barack Obama
Sejamos Tupac Shakur, Afeni Shakur
Achemos a cura pra nossa insegurança

Cada bala de fuzil é uma lágrima de Oxalá
Mas na rua né não, na mão dos cana né não (Já é)
Na cintura era um celular
E eles confundem com um oitão (Hã, hey)

Como se fosse a noite, cê vê tudo preto
Como fosse um blackout, cê vê tudo preto
São meus manos, minhas minas
Meus irmãos, minhas irmãs, yeah
O mundo é nosso

Hã, tipo a noite, cê vê tudo preto
É, tipo um blackout, cê vê tudo preto
São cantos de esquinas, de reis e rainhas
Yeah, o mundo é nosso

Tá gravando?
(Tá gravando?)

(Tá gravando?)



Credits
Writer(s): Paulo Alexandre Almeida Santos, Bk, Gustavo Pereira Marques
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