Mulamba

Eu sou o mastro da bandeira da revolução
Os restos do cavalo de Napoleão
Eu sou a brasa que matou Joana d'Arc
As cinco balas de John Lennon, reles cidadão

O lixo humano, escória da sociedade
Sou o que como e quem eu deixo de comer
Nasci do limbo e bailei pra essa cidade
Sou quem dá vida aos monstros que eu quero ter

Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas
Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas

Eu sou aquilo que ninguém mais acredita
Eu sou a puta, eu sou a santa e a banida
Sou a bravura e os surtos de Anita Garibaldi
Bandeira baixa ou bandeira que agita

Sou como rua, beco podre da cidade
Eu sou os filhos mal paridos da nação
Sou a coragem até no grito dum covarde
O que não basta, não se estende, eu sou um furacão

Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas
Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas

Agora o meu papo vai ser só com a mulherada
Nóis não é saco de boxe pra levar tanta porrada
Todo dia umas dez morrem, umas 15 são estupradas
Fora as que fica em casa e por nada são espancadas

Qual que é o teu problema? É fé pequena ou mente ruim?
Quem foi que te ensinou a tratar as mulher assim?
Agora fica esperto porque a coisa vai mudar
Se for tirar farinha com as mulher, pode apanhar

Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas
Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas



Credits
Writer(s): Carla Colvara De Sa, Amanda Pacifico Cordeiro
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