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Ainda lembro da História
Entre o tempo e a memória
Permaneço, continuo por aqui
Fiquei abestalhado
Fiquei impressionado
Perplexo, pressionado com o que vi
Ninguém imaginava
A chegada de uma esquadra
Do nada, apareceu, veio assim
Sua vinda, cara pálida
Foi um tanto válida
Em termos, posso dizer que sim
Mas também eu te digo
Se tu não tivesse vindo
Bom, não estaria tão ruim
Dizendo algo desse tipo
Eu sei, muitos amigos
Ha, ha! Vão rir de mim
Mas tem dois lados a moeda
Só quero trocar ideia
Pôr em pauta, apenas discutir
A natureza alterada
Doenças espalhadas
Tribos, várias, viram seu fim
Culturas dizimadas
Mulheres estupradas
Riquezas roubadas, e aí?
Por outro lado, seu código
Foi decodificado, é lógico
A ler aprendi

Devolva meus livros, pois mesmo não lidos
Eu sei que são meus
Devolva meus cacos, pois mesmo quebrado
Eu sei que sou eu
Devolva meus livros, pois mesmo não lidos
Eu sei que são meus
Devolva meus cacos, pois mesmo quebrado
Eu sei que sou eu

Dentro do monastério
Ronda muito mistério
A sala secreta é bem aqui
Só monges seletos
Têm o acesso
É uma biblioteca que eu vi
Exemplares manuscritos
Sendo revistos
Alguns proibidos, bem assim
O nome da rosa
É o nome da obra
Umberto Eco, esse aí eu li sim
Igreja católica
Censura hipócrita
Monopólio, isso é ruim
Você chegou com uma missão
De salvar um povo pagão
Imposição que foi feita a mim
Só seu deus é o que salva
e purifica a alma?
Calma, eu queria discutir
Mas não teve argumento
Os anos de 1500
Novos tempos, começo do fim
Já que você é todo arte
Vou comer a sua carne
É o que me cabe, mim não tá nem aí
Através da sua chacina
Uma lição você me ensina
Vingança cultural, aprendi

Devolva meus livros, pois mesmo não lidos
Eu sei que são meus
Devolva meus cacos, pois mesmo quebrado
Eu sei que sou eu
Devolva meus livros, pois mesmo não lidos
Eu sei que são meus
Devolva meus cacos, pois mesmo quebrado
Eu sei que sou eu



Credits
Writer(s): Beto Brito, Dinho Zampier, Pedro Ivo Euzébio, Vitor Pirralho
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