Auto do Boi Garantido

Ê, vaqueiro, fama real
Chamo, ninguém me responde
Olho, não vejo ninguém
Quero saber quem tirou a língua do meu boi
Não sei ao certo, mas desconfio quem foi

Pronto, senhor, meu amo
Desculpe a demora, mas aqui estou
Estava no campo de Mazagão
À procura do seu boi

Pelejei, mas não encontrei
Nenhum rastro pelo chão
Perdoe, senhor, meu amo
Já parti meu coração

Reúna os caboclos e a vaqueirada
Pra capturar tinhoso matador
E traga amarrado o Pai Francisco
Que ele vai pagar com sua dor

Pronto, senhor, meu amo
Eis o fugitivo e sua mulher
Que está prenha e comeu a língua do boi
Seu desejo não ficou pra depois, depois

Diga, Pai Francisco
Por que matou o meu boi?

Não quis matar
Eu só queria a língua tirar
Pra desejo saciar
E Catirina não me apurrinhar
Dizendo que o nosso filho
Com cara de boi, ia chegar

Olha, seu cabra, paciência acaba
Tiro vida, sangue e ponta de barba
Caso não dê jeito no mais afamado touro do lugar

Não se apoquente, meu patrão
Vou resolver essa questão
Vou chamar o curador, poderoso pajé

Rufa, tamurá!
Balança, maracá!
Rufa, tamurá!
Balança, maracá!

Urrou o meu novilho
Meu amado Garantido
O meu povo está em festa
Viu o meu boi ressuscitar

Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Tradição da festa de boi-bumbá

Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Essa tradição vamos celebrar

Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Tradição da festa de boi-bumbá

Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Boi, boi, boi, boi
Essa tradição vamos celebrar



Credits
Writer(s): Eneas Cristovao Navegante Dias, Manoel Carlos De Moura Clementino
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