Toada em Realejo

A tristeza poisa em mim
Como folha em parapeito
Desliza pelos recantos
Mais secretos, do meu peito

Cai a noite nos meus olhos
Que entardeceram cansados
E as minhas mãos vacilantes
São roseirais desfolhados

O silêncio chega e pára
Mesmo em frente da vidraça
Na janela onde o meu rosto
Desenha uma imagem baça

E ao poisar devagarinho
Sobre mim, sem dôr nem estrago
A tristeza tem o jeito
E a doçura de um afago>



Credits
Writer(s): Custódio Castelo, Maria Duarte
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