Cabaré

Na porta, lentas luzes de néon
Na mesa, flores murchas de crepon
E a luz grená filtrada entre conversas
Inventa um novo amor, loucas promessas

De tomara-que-caia
Surge a crooner do norte
Nem aplausos, nem vaia
Um silêncio de morte

Ah, quem sabe de si nesses bares escuros
Quem sabe dos outros, das grades, dos muros

No drama sufocado em cada rosto
A lama de não ser o que se quis
A chama quase morta de um sol posto
A dama de um passado mais feliz

De tomara-que-caia
Surge a crooner do norte
Nem aplausos, nem vaia
Um silêncio de morte

Ah, quem sabe de si nesses bares escuros
Quem sabe dos outros, das grades, dos muros

Das grades, dos muros

Um cuba-libre treme na mão fria
Ao triste strip-tease da agonia
De cada um que deixa o cabaré
Lá fora a luz do dia fere os olhos



Credits
Writer(s): Aldir Blanc Mendes, Joao Bosco De Freitas Mucci
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