Mestre Vitalino

Mestre Vitalino, eis minha pá de terra
Em tua memória este canto de dor
Que aqui estendo no punho do poema
Na enxada deste verso, no barro deste canto

Teus bois mugiram mudamente nos museus
E nas feiras, é o lamento do retirante
Na terra esturricada, tu amassavas nossa dor
Nos teus inesquecíveis bois, ó Vitalino

Tu os coloca no horizonte largo
Eles avançam sobre um céu de barro
Outros arrastam a manhã nova
Como um carro de esperanças

Não nos importa esperar
Se a cremos vindo, não nos importa temer
Se a temos certa
Não nos importa que tarde, mas que venha



Credits
Writer(s): De Jesus Paes Loureiro Joao, Antonio Alves.
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