Goianio Valente

Arriei meu burro preto que tinha o nome de cigano
Eu sai cortando estrada, de madrugada fazendo plano
Eu já tinha combinado para ir roubar a filha de um goiano
Levei meu trinta na cinta, do cabo branco e um palmo de cano

O goiano era um perigo que dava medo a toda gente
Não injeitava a parada e era mesmo um homem valente
Não tinha medo de nada, até parecia ser uma serpente
Eu tinha toda certeza que seria mesmo um tempo quente

Eu cheguei na casa dela de madrugada, estava garoando
Ela beijou sorrindo, de alegria estava chorando
Joguei meu bem na garupa, com aquela flor voltei galopando
A gente da minha casa preocupada estava me esperando

O goiano quando soube bateu em cima me procurando
Trazendo uma baita lapiana e pela estrada vinha riscando
Logo vieram avisar para ter cuidado com o tal goiano
Que vinha que nem boi brabo, até a sua sombra vinha insultando

Quando avistei o goiano eu fiquei firme na minha defesa
Ele parou em minha frente e até tremia de tanta braveza
Chegou bem perto de mim e foi falando com delicadeza
Eu acho melhor assim, casando fugido menor a despesa



Credits
Writer(s): Waldemar De Franceschi, Veranice Gornik Rodrigues De Oliveira
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