Flor Gaúcha do Itaqui (Dona Josepha)

Licença, Dona Josepha
Pra este xiru campeiro
Quero cantar pra senhora
Um verso xucro e galponeiro
E acavalar uma vanera
Das de frouxar pessegueiro

Quando eu abro esta cordeona
O bicharedo sai da toca
Os touros berram mais grosso
Tatu peludo cavoca
Escuitando' esta vanera
Que além de troncha, é pitoca

Cada vez que espicho a gaita
Lembro da Josepha Cunha
Acordo o sol com um gaitaço
Só com Deus por testemunha
Chairo a goela, abro o peito
E agarro o Rio Grande à unha

Quando Deus criou este mundo
Começou pelo Itaqui
Terra de Josepha Cunha
Do Uruguai e do Ibicuí
Meu velho Rincão da Cruz
Que eu amo desde guri

Com ela, aprendi também
Um mandamento sagrado
Que cavalo de gaúcho
Seja lobuno ou bragado
Não bebe água em balde
Nem come pasto cortado

Cada vez que espicho a gaita
Lembro da Josepha Cunha
Acordo o sol com um gaitaço
Só com Deus por testemunha
Chairo a goela, abro o peito
E agarro o Rio Grande à unha

Com ela, foi que aprendi
Outra coisa, meu parceiro
Que pelo trote, de longe
Se avalia o parelheiro
E pelas garras que usa
Se conhece o bom campeiro

Sigo guasqueando a cordeona
Neste jeitão missioneiro
Lembrando a Josepha Cunha
Virei ginete e gaiteiro
Vou domando esta vanera
Que é de frouxar pessegueiro

Cada vez que espicho a gaita
Lembro da Josepha Cunha
Acordo o sol com um gaitaço
Só com Deus por testemunha
Chairo a goela, abro o peito
E agarro o Rio Grande à unha

Cada vez que espicho a gaita
Lembro da Josepha Cunha
Acordo o sol com um gaitaço
Só com Deus por testemunha
Chairo a goela, abro o peito
E agarro o Rio Grande à unha



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