Não Custa Nada Sonhar
Êh, mama África, a minha mãe nasceu de parteira
E reclamou a vida inteira quando eu fugia
Ia escrever rima no estúdio do Renan
Pra tentar subir na vida
Olha a sua cria, um dia ela explicou
Que a dor é um produto do tentar
Um dia falou pra mim
Filho, eu não posso te impedir de voar, de cantar
Seja lá fazer o que
Te pari pra ser feliz, eu não te pari pra chorar
Mais datas, vou pra forca, me olhei no espelho e ri
Vou tentar me doar, agora eu já tô aqui
Se mudar, acha que vai adiantar, por favor, faça-me rir
Vânia, eu lembrei de ti, em cima desse palco aqui
Esses teus olhos vou honrar
Eu sou teu ventre, filho dos ventos
Por favor, Yan, deixa eles te guiarem
Não se apressa a arte, pintor é o tempo
Eu sou o pincel, o rap é minha paisagem
Não é homenagem, é só um ménage
Que fiz com a caneta, cerveja e minha insanidade
Vai sim, mais um filho pro mundo
Eu sou um vagabundo, e cês ama vagabundagem
Edilene, eu vou ser, não quero saber
Eu preciso ser um terço do que cê é
Pra ser o melhor pra nós
Uma voz me disse pra eu não sair hoje
Ficar e escutar os conselhos divinos vindo da senhora
E agora lá fora tiro toda hora, sentimentos podres
Pai, só hoje entendo aquele brilho no seu rosto
Eu vi o universo inteiro sair da bola do seu olho
Cê se foi já faz um tempo, e esse sentimento é louco
Hoje sou eu que tenho um filho
E sinto no peito que um completa o outro
Toda rosa tem espinho, e todo espinho sua rosa
Aos 16 em SP, era grande demais pra ficar em Ruy Barbosa
No sacrifício era sem desperdício
Esquenta e come antes que mofa
Baiana nervosa, veio sem nada
Na mala amassada, era fé e farofa
Limpou o chão de boy, mostrou que não dói
Na necessidade, era mais que preciso
Trampava, limpava, fazia de tudo
Era pouca latinha, meu pai 'tava liso
Eu morei com a minha tia, aprendi muita coisa
Dou valor demais pra tudo o que eu tenho
Um ajuda o outro, isso é família
O resto é resto, é assim que eu penso
A voz do silêncio foi minha amiga
E ela sussurrava, eu gostava, eu sofria
Poesia é a vida, o que eu faço é esboço
Quantas vezes no bolso só tinha alegria?
Matéria não é nada com a alma no comando
Sem a alma, o tempo te consome
Agradeço de tá respirando
É com calma que se mata a fome
Do Damasceno, quem veio da Síria
Jesus, outro sobrenome
Eu não vou me perder, vou honrar você
Com ou sem o microfone
Enfim, respeita as mulher
Ou pega suas coisa e some
Já que uma que me pariu
E ainda me ensinou a ser homem
E hoje eu me sinto melhor
Só por não te fazer sofrer mais
E eu falo sério
Quando eu digo que te amo de todas as formas
Eu tenho os defeitos de um filho caçula
Mereci suas surras
O tapa das ruas me fez criar vergonha na cara
Pra não te fazer chorar mais
Você quis que eu estudasse
Mas eu tive que aprender
Muitas vezes tu pediu pra que eu ficasse
E eu saí pra beber
Eu te fiz esperar as piores notícias
Madrugada, pó, polícia
Barulho de tiro e gritos
E você não me criou pra isso
Você foi mulher guerreira, enganada e traída
Carregou suas dores sozinha
Escondeu a ferida
Foi capaz de perdoar
Um dia eu ainda vou te coroar
Com tudo que o amor puder comprar
Isso nem faria a diferença
Tu só pediu pra eu almoçar
Minha véia', seja forte, forte como sempre foi
Do jeito que a vida te fez
Do jeito que o mundo nunca esperou
Você tem uma vida e tanto pela frente
Você criou seus filhos e todos tão vivos
E eu sei que várias vezes você deixou de comer pra isso
Hoje eu saí pra cantar
Pra fazer o que eu sempre quis
E eu te vi sorrir, me falar
Vai lá, eu tô feliz se eu ver você feliz
Eu até queria te pagar
Mas o que seria o universo?
Aliás, o que seria o céu e o mar
Se não fosse pra você? Selma
E qual seria o caminho? É
Tipo sem viola, Paulinho, é
Como uma flor sem espinho, é como o mundo sem rap
Quem ama morrendo sozinho
Tipo sem o funk, o que seria Marcinho?
Sem o samba, o que seria Martinho?
Sem a dor, o que seria o poeta?
Sem o Tom, o que seria Jobim?
E sem a senhora, o que seria de mim?
Não custa nada sonhar
Sem descansar, vamo lutar
Pra ver a família sorrir, sim
Minha mãe que sempre me falou
Filho, eu criei você pro mundo
Eu não criei você pra mim, não
Não custa nada sonhar
Sem descansar, vamo lutar
Pra ver a família sorrir, sim
Minha mãe, que sempre me falou
Filho, eu criei você pro mundo
Eu não criei você pra mim, não
E reclamou a vida inteira quando eu fugia
Ia escrever rima no estúdio do Renan
Pra tentar subir na vida
Olha a sua cria, um dia ela explicou
Que a dor é um produto do tentar
Um dia falou pra mim
Filho, eu não posso te impedir de voar, de cantar
Seja lá fazer o que
Te pari pra ser feliz, eu não te pari pra chorar
Mais datas, vou pra forca, me olhei no espelho e ri
Vou tentar me doar, agora eu já tô aqui
Se mudar, acha que vai adiantar, por favor, faça-me rir
Vânia, eu lembrei de ti, em cima desse palco aqui
Esses teus olhos vou honrar
Eu sou teu ventre, filho dos ventos
Por favor, Yan, deixa eles te guiarem
Não se apressa a arte, pintor é o tempo
Eu sou o pincel, o rap é minha paisagem
Não é homenagem, é só um ménage
Que fiz com a caneta, cerveja e minha insanidade
Vai sim, mais um filho pro mundo
Eu sou um vagabundo, e cês ama vagabundagem
Edilene, eu vou ser, não quero saber
Eu preciso ser um terço do que cê é
Pra ser o melhor pra nós
Uma voz me disse pra eu não sair hoje
Ficar e escutar os conselhos divinos vindo da senhora
E agora lá fora tiro toda hora, sentimentos podres
Pai, só hoje entendo aquele brilho no seu rosto
Eu vi o universo inteiro sair da bola do seu olho
Cê se foi já faz um tempo, e esse sentimento é louco
Hoje sou eu que tenho um filho
E sinto no peito que um completa o outro
Toda rosa tem espinho, e todo espinho sua rosa
Aos 16 em SP, era grande demais pra ficar em Ruy Barbosa
No sacrifício era sem desperdício
Esquenta e come antes que mofa
Baiana nervosa, veio sem nada
Na mala amassada, era fé e farofa
Limpou o chão de boy, mostrou que não dói
Na necessidade, era mais que preciso
Trampava, limpava, fazia de tudo
Era pouca latinha, meu pai 'tava liso
Eu morei com a minha tia, aprendi muita coisa
Dou valor demais pra tudo o que eu tenho
Um ajuda o outro, isso é família
O resto é resto, é assim que eu penso
A voz do silêncio foi minha amiga
E ela sussurrava, eu gostava, eu sofria
Poesia é a vida, o que eu faço é esboço
Quantas vezes no bolso só tinha alegria?
Matéria não é nada com a alma no comando
Sem a alma, o tempo te consome
Agradeço de tá respirando
É com calma que se mata a fome
Do Damasceno, quem veio da Síria
Jesus, outro sobrenome
Eu não vou me perder, vou honrar você
Com ou sem o microfone
Enfim, respeita as mulher
Ou pega suas coisa e some
Já que uma que me pariu
E ainda me ensinou a ser homem
E hoje eu me sinto melhor
Só por não te fazer sofrer mais
E eu falo sério
Quando eu digo que te amo de todas as formas
Eu tenho os defeitos de um filho caçula
Mereci suas surras
O tapa das ruas me fez criar vergonha na cara
Pra não te fazer chorar mais
Você quis que eu estudasse
Mas eu tive que aprender
Muitas vezes tu pediu pra que eu ficasse
E eu saí pra beber
Eu te fiz esperar as piores notícias
Madrugada, pó, polícia
Barulho de tiro e gritos
E você não me criou pra isso
Você foi mulher guerreira, enganada e traída
Carregou suas dores sozinha
Escondeu a ferida
Foi capaz de perdoar
Um dia eu ainda vou te coroar
Com tudo que o amor puder comprar
Isso nem faria a diferença
Tu só pediu pra eu almoçar
Minha véia', seja forte, forte como sempre foi
Do jeito que a vida te fez
Do jeito que o mundo nunca esperou
Você tem uma vida e tanto pela frente
Você criou seus filhos e todos tão vivos
E eu sei que várias vezes você deixou de comer pra isso
Hoje eu saí pra cantar
Pra fazer o que eu sempre quis
E eu te vi sorrir, me falar
Vai lá, eu tô feliz se eu ver você feliz
Eu até queria te pagar
Mas o que seria o universo?
Aliás, o que seria o céu e o mar
Se não fosse pra você? Selma
E qual seria o caminho? É
Tipo sem viola, Paulinho, é
Como uma flor sem espinho, é como o mundo sem rap
Quem ama morrendo sozinho
Tipo sem o funk, o que seria Marcinho?
Sem o samba, o que seria Martinho?
Sem a dor, o que seria o poeta?
Sem o Tom, o que seria Jobim?
E sem a senhora, o que seria de mim?
Não custa nada sonhar
Sem descansar, vamo lutar
Pra ver a família sorrir, sim
Minha mãe que sempre me falou
Filho, eu criei você pro mundo
Eu não criei você pra mim, não
Não custa nada sonhar
Sem descansar, vamo lutar
Pra ver a família sorrir, sim
Minha mãe, que sempre me falou
Filho, eu criei você pro mundo
Eu não criei você pra mim, não
Credits
Writer(s): Carlos Henrique Benigno
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