Maldição

Que destino ou maldição
Manda em nós, meu coração?
Um do outro assim perdido

Somos dois gritos calados
Dois fados desencontrados
Dois amantes desunidos

Somos dois gritos calados
Dois fados desencontrados
Dois amantes desunidos

Por ti sofro e vou morrendo
Não te encontro, nem te entendo
Amo e odeio sem razão

Coração, quando te cansas
Das nossas mortas esperanças?
Quando paras, coração?

Coração, quando te cansas
Das nossas mortas esperanças?
Quando paras um coração?

Nesta luta, esta agonia
Canto e choro de alegria
Sou feliz e desgraçada

Que sina a tua, meu peito
Que nunca estás satisfeito
Que dás tudo e não tens nada

Que sina a tua, meu peito
Que nunca estás satisfeito
Que dás tudo e não tens nada

Na gelada solidão
Que tu me dás, coração
Não há vida, nem há morte

É lucidez, desatino
De ler no próprio destino
Sem poder mudar-lhe a sorte

É lucidez, desatino
De ler no próprio destino
Sem poder mudar-lhe a sorte



Credits
Writer(s): Alfredo Marceneiro
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