Profecia (Ou Testamento da Ira)

Salve o povo Xucuru, aêh o (aêh)

Na cumeeira da serra Ororubá o velho profeta já dizia
Uma nova era se abre com duas vibras trançadas
Seca e sangue
Seca e sangue

Herdeiros do novo milênio
Ninguém tem mais dúvidas
O sertão vai virar mar
E o mar sim
Depois de encharcar as mais estreitas veredas
Virará sertão

Antôe tinha razão rebanho da fé

A terra de todos a terra é de ninguém
Pisarão na terra dele todos os seus
E os documentos dos homens incrédulos
Não resistirão a sua ira

Filhos do caldeirão
Herdeiros do fim do mundo
Queimai vossa história tão mal contada

Ah, Joana imaginária
Permita que o conselheiro
Encoste sua cabeleira
No teu colo de oratórios
Tua saia de rosário
Teu beijo de cera quente

E assim na derradeira Lua branca
Quando todos os rios virarem leite
E as barrancas cuscuz de milho
E as estrelas tocadeiras de viola
Caírem uma por uma
Os soldados do rei Dom Sebastião
Mostrarão o caminho
Ôh...



Credits
Writer(s): Moises Clayton Barros Da Fonseca
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