É Proibido Proibir

A mãe da virgem diz que não:
Que o anúncio da televisão
Estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo.
E, além da porta,
Há o porteiro, sim...

E eu digo "não".
E eu digo não ao "não".
Eu digo: é proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.

Me dê um beijo, meu amor:
Eles estão nos esperando.
Os automóveis ardem, em chamas.
Derrubar as prateleiras,
As estantes, as estátuas,
As vidraças, louças, livros... Sim.

E eu digo "sim".
E eu digo não ao "não".
E eu digo: é proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.

Caí no areal na hora adversa
Que Deus concede aos seus,
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.

Que importa o areal, a morte, a desventura,
Se com Deus me guardei?
É o que me sonhei, que eterno dura.
É esse que regressarei.

Me dê um beijo, meu amor:
Eles estão nos esperando.
Os automóveis ardem, em chamas.
Derrubar as prateleiras,
As estátuas, as estantes,
As vidraças, louças, livros... Sim.

E eu digo "sim".
E eu digo não ao "não".
E eu digo: é proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir



Credits
Writer(s): Caetano Veloso
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