Fim da Picada

Barranco de lado a lado, metro e meio só de estrada
Quem saiu de lá com vida de um estouro de boiada
Briga de foice no escuro pra ele é marmelada
Pra quem já caiu no fogo, uma brasa não é nada

Quem está molhado de chuva, não tem medo de sereno
Quem perdeu um grande amor, desprezo é café pequeno
Água quente é refresco pra quem já bebeu fervendo
Quem foi mordido de cobra não tem medo de veneno

A esteira é conforto pra quem já viveu na estrada
O lençol é cobertor pra quem já dormiu na geada
Quem pegou na picareta zomba do cabo da enxada
Brinca na ponta de faca quem quebrou ponta de espada

Quem bateu sino de Roma não pode bater cincerro
Pra quem já enfrentou leão, touro bravo é bezerro
É esse o fim da picada, meu pagode não tem erro
Quem cantou na grande guerra, não pode chorar no enterro



Credits
Writer(s): Lourival Dos Santos, Jose Nunes
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