Alho

Passando fome, peguei o microfone e escrevi canção
Apaguei o cone, liguei no meu fone o piratão
Que era diferente, ecoava na minha mente
Bem acima dessa gente que só mente no refrão

Somente eu que não via meu próprio potencial
Nem agora com o teoria diria que sou normal
Passo dia após dia dizendo que tô legal
De toda essa hipocrisia que pregam de ser real

Rap é minha arte e minha parte dispensa legislação
Sem agradecimento cês me pedem documento
Porque ninguém fica isento de julgamento execução
De modo lento o mandamento deixa o rap mortão
Vejo talento em crescimento e cês fechando o portão

São contra a censura da ditadura e reproduzem a mesma
Quem fala de moda incomoda na repetição
Sempre a mesma história, cês são tudo chatos pra caralho
Teu trabalho eu atrapalho e malho o alho nesses vampirão

Trouxe versos tão nojentos que até a bruxa fez "blair"
Nem Perna Longa tem sorte, eu à tirei com o pé
Vai pra TV, tô nem aí, não é crime ganhar dinheiro
Menos no Rodrigo Faro, já que cês nem dá pro cheiro

De propósito errei a maçã em sua cabeça
Em minha defesa (eu confesso o crime)
Bruxa do 71 do DBZ é fã, grita por Satã
Poh, também curto anime!

Zoei tanto na linha que passei trote da cocheira
Tirei seu fôlego, te fiz cantar galopeira
Pros reaça ficar puto minha missão vou abortar
Não vou botar fogo em vela, vou ascender casa de cera

Na letra mato sem dó, tenho o álibi de Bethânia
Eu disse "já se olhou no espelho?" Pra alguém da Transilvânia
Sou o mordomo da casa e alguém morreu
Meu, se eu vim de Curitiba o Diabo não é da Tasmânia



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