Hip Hop de Sp (feat. Coruja Bc1)

E é o amargo da vida
Ânsia, ouço buzinas
2030 e atividade na vila

Ganja solta, a vela acende
Que a favela grita
E o silêncio perturba
As linhas branca e o teto cinza

E as esquinas sob os olhos de Deus
E a cidade gira
E a função nas costas do Cristo

E eu pensando nisso
Se o mundo caísse?
Se meu mundo acabasse?
Se terá outra saída?

Por mais que eu sorria nas foto
O peito ainda chora, mas não importa
Eu vou trilhar o melhor caminho
E contar as melhores histórias

Então vai ser aqui e agora
Com a coragem que eu sempre tive
Com o medo que sempre volta

Com a favela que agora vive
É a revolta da política
Que nóis não entende, mas vota

Vai e vem, disse-me-disse
E as gritarias na porta
E dois mil esquemas na bolsa

É aquela outra história
Se cê tá olhando, disfarça
Aqui ninguém ouve e ninguém conta

E alguns cantam e canta a cena pro águia
Eles distorcem e te mostram, proíbem
Mas liberam no arrego pra barca

E vende e prende e solta em nome da pátria
Bolsa, roubos, cotas, acertos e ciladas
Corpos, mortes, notas, quem some quem salva
Rock, noites, rotas, drogas baratas, ratos e cobras
E é o tudo ou nada

Antes da meia-noite é que a sereia canta
Skunk na seda, White Horse
E as carreira branca

Aí é onde a onda máxima te alcança
Aqui não tá tão fácil
Tirar as bala das criança

Dancei a cúmbia com a Medusa
Assim de pertin' e perguntei pra ela
O que cê quer de mim?
Facadas nas costas, podres propostas
Igual o dinheiro que manda na população

De dentro da cova, o grito, a desova
Sem o raciocínio, só o instinto, sem escola
Escravidão virou condição de trabalho
1% dos brasileiros tem mais que o resto todo junto

Ladrão com tudo pago pelo Estado
Brasil novo, patriota, não só em época de Copa
Foda-se o Bolsonaro
Tem nego que gosta de ser idiota

Criança apanha da polícia, policial satânico
Com o espírito maléfico
Do tipo que veio e vai voltar pro inferno

País do caos e retrocesso
Sistema complexo e burocrático
O que vende é sexo, armamento bélico

Molecão na função e o cliente é cara pálida
Colônia de exploração, privatizaram a água
Bomba atômica, sangue e chuva ácida
A esperança de molho num balde de lágrimas (ei, ei)

Depois da meia noite eu sei que o bicho pega
Depois da meia noite
Eu sei que o bicho pe-pe-pega, pega, pega

O meu peito é um vulcão, a mente o Everest
Algumas decepção, jão, pra eu não ser simpático
O sorriso verdadeiro, né? Só pra quem merece
E os céticos taxando, achando que eu sou lunático

Em um mundo que além de estranho, muitas vezes é mágico
Em segundo acho que eu ganho e perco algo fantástico
Trágico, menor de 12 no tráfico
Clássico pra um país com patriotismo simbólico flácido

Tudo na mão do palhaço
E o sentimento sem retorno deixa o peito eufórico
É ácido, a fita é tomar cuidado
E a consciência adulterada
Não disfarça o caótico, o lógico

Tá pensando o quê? Tá querendo o quê?
Se eu apertasse a mão do medo
Eu nem tava aqui pra poder dizer

O quanto o mundo precisa ser melhor
Sem precisar de cientista louco
Que usa nóis de teste

São mosquitos criados
E a bíblia falando de peste
Doenças implantadas
As armas com os menor na Leste

O mundo é rude quando suas atitudes
Te tiram da altitude
Reconheço o erro, depois faz o enterro das ideias
É necessário que cê mude

O ego inflado não camufla o meu sorriso
Se acha grandioso e não é nem
Uma bola de gude pro universo
Eu ponho meus versos na batida e bato nela
Convoca o Coruja que dichava, não ramela

Locais diferentes, a mesma situação
Aqui quem mata é a Rota, lá é o Caveirão
Kadu a mil, na 23 mais uma vez
Sentido norte, deixa os verme vim na bota
Ele gosta de despistar

Eles falam de dinheiro
Querem só boot de mil
Eu tô com minha mente a mil
Vamo ver no que dá

Eu nem preciso chamar no VAR
Pra ver que a fome não faz falta
Quem quis minha moral no chão
Hoje vai ver meus feat em alta

Hostil é chamar o inferno de abrigo
Estamos em território inimigo

Hoje os moleque da minha quebra
Sonha em ser Mbappé
Duas chuteiras, indo pro treino
E a polícia quis lhe bater

Voltou com ódio do universo
Sonhando com uma PT
Já que pra eles, nóis de terno
É belo só quando morrer, vai!

E acende um beck, chapa e manda se foder
E acende um beck, chapa e manda se foder
E acende um beck, chapa e manda se foder
PrimeiraMente convocou, é o hip hop de SP

O exemplo que cê não deu
Faça o que eu digo, não o que eu faço
A verdade é que você vendeu
Mata-leão como abraço

Querem dominar nosso espaço
Eu tô marcando território
Eu tô fodendo com o teu jogo
Com as tuas groupies de auditório

Por que eu tenho que provar tudo
Se cês nunca me deu nada?
É como um stand up ruim
Não vejo a graça da piada

É um novo pra dia pra fingir
Então deixa eu forçar risada
É um novo dia pra eu fingir
Que eu creio em histórias mal contadas

Que tragam pra mim, o justo pra mim
Que imune-me do mal, sei
Que unânime dos seus querem meu fim
Seus livros não li, cês mente pra mim
Mandou eu me render, deu tiro ni' mim

Parei, mas vai vim, cê vai ver, vai vim
Milhares de mil pedaço de mim
Num nível mais ruim que o meu

Pus pra dormir mas só fui dormir
Depois que eu vi que dormiu
Quem pôs meu pai pra dormir

O foda é que a alma não morre
O foda é que alma não morre



Credits
Writer(s): Thomas Alexander Perini Freymann, Gustavo Vinicius Gomes De Sousa, Sergio Junior Damasceno De Oliveira, Daniel Silva Cesario, Lucas Gali Baioni Carelli, Fernando Carvalho Dias De Oliveira
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