O Vôo da Andorinha

Numa estação rodoviária
Eu vi um velho sentado
O que me chamou a atenção
Foi como estava trajado

Um chapéu de carandá
E um laço bem trançado
Com uma guaiaca velha
E um berrante empoeirado

Me aproximei do velho
E apertei a sua mão
Pois no traje que ele estava
Mereceu minha atenção

Ele me disse meu filho
Fui carreiro no sertão
Fui capataz de fazenda
Fui tropeiro e fui peão

Vi tantas coisas bonitas
No interior do meu sertão
Tocando boi pantaneiro
No lombo de um pagão

Conduzi tantas boiadas
Lá nos confins do sertão
Porém hoje tudo mudou
O vaqueiro é o caminhão

Já sinto o peso dos anos
Tudo mudou de repente
No caminho desta vida
Ninguém fica pra semente

Carrego este berrante
Pois ele faz bem pra gente
Ele alivia a saudade
E a dor que meu peito sente

Chegou ao fim da conversa
O velho então me falou
Vou descer na plataforma
Pois o meu ônibus chegou

Pegou a sua bagagem
Na condução ele entrou
Com destino a Barretos
O velho peão embarcou



Credits
Writer(s): Aparecido Donizeti Dos Santos, Valdemiro Neves Ferreira
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