À Vontade no Excesso

À vontade no excesso ele vai
Atento mas descrente nos finais felizes
E nos momentos incríveis
Em que a liberdade vence o egoísmo
E sem saber escuta e fala muito
Pra se curar do que ainda não tem
Entupido de querer quer adoecer
E luta contra o vento que lhe atrai

Tudo pra saber: Por que lutar?
Tudo no experimento do qual é cobaia.
Toda certeza quer aprender
Toda resposta tem pergunta.

Sabe que não sabia e não sabe, continua
Gratuito é o ar.
Tenta os verbos que saca na sociedade poliglota
Da sensação de ser feliz é despido
Só pra rimar combina
Não tem estética, olha e afina
E gosta muito de sentir-se vivo

Renega a pureza e a poesia
Não dorme e se dá possibilidades
Seu discurso não basta...
Quem é esse cidadão à beira da hipocrisia?

Experiencia rotina e acidente
Joga fora o encanto e se apega ao desejo
Morre de amores pela vida
E assim quer destruí-la?

Mas de todo modo acerta um jeito
De mexer nas vigas da sociedade corrompida
Pela antítese do seu próprio discurso

Quem é você? Quem somos nós?
Por quem a cidade está assim?
Quem quer te ver? Quem vai te ouvir,
Na realidade do aqui?

Quem é você? Quem somos nós?
Por quem a cidade está assim?
Quem quer te ver? Quem vai te ouvir,
Na raridade do ser?

Sem vontade na falta ele vai...

Esbarrar com a gringalhada do turismo sexual
Dar de cara com os crackudos da Avenida Brasil
Se enquadrar na engrenagem do esquema escravidão
Acolher de boa vontade os pais da colonização.

Quem é você? Quem somos nós?
Por quem a cidade está assim?
Quem quer te ver? Quem vai te ouvir,
Na realidade do aqui?

Quem é você? Quem somos nós?
Por quem a cidade está assim?
Quem quer te ver? Quem vai te ouvir,
Na raridade do ser?

Com vontade na raça ele vai...
Vai, sobreviver!

Na vontade do excesso ele vai.



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