Nada a Temer

Enquanto te exploram você grita "gol"
Enquanto te roubavam no carnaval você cantou
Enquanto te tiram você diz amém
Abrindo a mão e dando tudo que tem

Em país de falido não há nada a temer
Esperando pra viver, caminhando pra morrer
No horizonte nada além de fumaça
E no peito a sensação de que isso nunca passa

Sendo campeões em tudo que há de pior
Virando as costas ao nosso futuro melhor
E aquela profunda vontade em retroceder
E a consciência que diz que fazemos por merecer

Exportando padrões de ineficiência
O jeito brejeiro de ser desafia qualquer ciência
A todo pulmão, bradar sem sequer sem ouvido
Pois aqui no arraial tudo é questão de partido



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