Insubmissa (Ao Vivo)

Era uma vez, eu ia com você só pra não sentir que estava só
Eu não sabia quem eu ia ser se eu desfizesse esse nó
Minha oração pra ser um par e me tornar criança
Criando esperança de um futuro diferente do que eu via
E se repetia a cada geração de mulheres negras solidão
Mas não, solidão não, mas não
Era uma vez, eu ia bem sozinha e caminhar comigo era bom
Não tinha mais conto de fadas e seu branco padrão
Revi a história e libertei os cabelos de minha criança
Eu me peguei no colo e me acalentei
Soou a voz, insubmissa voz, insubmissa negra voz!
É que o sistema quebra quando a gente se ama
Opção, opção da não repetição

Mulher é lua
Sabe quando estamos beira-mar e vê-se a
Lua cheia refletida sobre a imensidão das águas?
Então, isso é mulher! Esse acontecimento
Não se engane, mulher é loucura
Mesmo quando reprimida há uma profusão de sedes na mulher
Mulher é onda, mulher é vento,
Mulher é raiz, mulher é mistério, mulher é tempestade!
Quando te bate na cara cura e machuca em um reflexo só... liquefaz
Mulher é lua cíclica
Lua animalesca, lua que sangra transmutações
Mulher é dor. Mulher atordoa a dor
Mulher é calma, mulher é água, bubuia, mergulho
Sabe quando lavamos a alma na queda brava da água doce da cachoeira?
Então, isso é mulher!
Mulher é louca
Eu, mulher
Eu sou!

Soou a voz, insubmissa voz, insubmissa negra voz!



Credits
Writer(s): Maíra Baldaia, Talita Barreto
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