Nem Bruto Nem Dândi

Passeatas organizam
A febre mundial
Lábio solto, um paraíso
Em selva industrial
Cortiços no centro
Aceleram o movimento
Esquelético do tempo
Em função do vendaval

Anjos, índios, visionários
Dentro de mim, precipício
Calma fora do que eu falo
E dentro do que eu falo
Meu vício

Paraíso hermético
Eu hedônico no caos
Ponto de paisagem
Em horizonte marginal
Abrindo caminho
Pra lugar não visitado
Prato novo sobre a mesa
Sob a mesa o carnaval

Anjos, índios, visionários
Dentro de mim, o abismo
Reza fora do que eu falo
E às vezes que eu não falo
Repito

Eu, subterrâneo da ginga
Amando em pose de amante
Profetizando a folia:
Nem bruto, nem dândi.



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