Ressacas de um Tarô

Anos passaram depois da sua indigestão
E os urubus ainda esperando
A minha última oração

Qual a chave do seu problema?
Qual a conta da equação?
Com quantos versos se faz um poema?
Pra registrar a sua confusão

Entre as árvores e as frutas nos ares
Seus cachos castanhos querendo partir
Na dança das flores, esquilos, castores
O seu perfume a se despedir de mim

Joguei um tarô pra descobrir
Porque da sua boca eu não entendi
Em um banco pra dois, um espaço vazio
E eternas saudades

O nascimento de um novo fantasma
Mataram o xerife da cidade
Um maratonista morrendo de asma
Seu nome em todos os cartazes

A sua imagem na esquina, nos bares
As nossas peles sem interagir
Olhos de coruja, me espere, não fuja
Escute os sonhos que eu reprimi, enfim

Joguei um tarô pra descobrir
Porque da sua boca eu não entendi
Em um banco pra dois, um espaço vazio
E eternas saudades

Assim, várias vezes aqui, a de cima parada
Errei tudo? (Não, nada a ver)
Deus!
É agora, é agora, hein, é agora
É agora, porra! (É agora, vai, porra)



Credits
Writer(s): Pedro Viana
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