Carta pra Amy

Lá vai o maltrapilho bem-vestido, mulambo perfumado
Faz mais um furo no cinto, faz mais sentido
Fluindo no instinto, magro e drogado

Listen to the lesson, lição sem vinho tinto, mil grau
Sessenta e blau o grau alcoólico do Absinto
Cheiro de flamboyant no recinto e tal

Também tem cheiro de inveja
Boiando no assunto que nem vitória régia
E o que rege a, planejo, Deus ri, mas admira a minha estratégia
Até que o significado da palavra se dilui
Ainda sou o Gustavo, filho de Dona Gizelda e Seu Rui

Boa ideia pra deleite da platéia
Vai que vai, eu fui que fui
Pego as nuvens nas mãos e torço a chuva delas
Segura de baixo meu bem, é o esculacho, preparem suas umbrellas

Vencer a mim mesmo é a questão, questão que não me vence
Minha cabeça falante fala pra caralho
E aí my talking head stop makin' sense

Eu vim de onde tudo é imediato, tô descalço e no sapato
Quando legalizarem a planta, qual vai ser o seu assunto? Cara chato
Habito as fronteiras da travessia do espelho, point of no return
No confinamento as paredes são minhas páginas de cimento
Babylon burn

Jurei por Deus que ia acertar as contas
E aí lembrei que é Deus quem acerta as contas
Ele acerta no início, no meio, e no fim das contas
Quem somos nós nesse mundo complicado?
Danger zone, sou só mais um
Sente o som e o peso da pata do pirata sem garrafa de rum

Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're runnin and you're runnin' and you're runnin' away
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

Se um dia a coragem foi líquida, agora ela é sólida, irmão
Tenho não só que lidar com a vida
Lido com ela sem pó e sem dó então
Sozinho eu tô em má companhia, tá ligado
Nem durmo mais tanto

Linha por linha, de café e águinha
Sempre hidratado pro próximo pranto
O sol nasce e eu trabalho, eu trabalho e o sol se põe
Vagabundo acha que é fácil, não trabalha e só supõe

Que se eu não mudar, nada muda
Vários furos de brasa na bermuda, insone
O ano voa, cochilo em maio
Sonho com o ensaio e já tem o panetone

Juventude sônica, 1% de chance, 99 de fé
Minha trajetória é orgânica que nem o meu café
Às cinco em ponto encontro vocês
Tenho um aneurisma marcado pras seis, pontual

Viciado em caos, amanhã tudo outra vez, Ritual de Lo Habitual
E o que eu quero e o que eu preciso
Nem se reconhecem quando se encontram na rua
Faço o que é preciso, você me conhece
Meu canto te encontra na rua
Lá onde Kurt é rei, Rakim é deus, Nina Simone manda
Extrapunk é lei, então toca o play do Black Flag na varanda

Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're runnin' and you're runnin' and you're runnin' away
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're runnin' and you're runnin' and you're runnin' away
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei



Credits
Writer(s): Tiago Da Cal Alves, Gustavo De Almeida Ribeiro, Mbeattz
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