Pássaro, Canto e Cativeiro

Numa terra bem distante
Viveu um cantador
Era o único da terra, um só cantador
Vivia errante a esmo, em noites de lua
Ele pela rua sozinho a cantar
Sina que Deus lhe deu
Numa tardezinha de fim de abril
Cantando na feira pro povo escutar
A charrete da princesa
Com tanta beleza
Trouxe sua alteza que quis lhe levar
E o cantador se foi
Era a dor do passarinho
Preso na gaiola só para cantar
Pouco a pouco o cantador
Foi-se então calando
Até de vez calar
Acabou-se o cantador
Endoidando a princesa
Que com tal tristeza
Se pôs a cantar e nunca mais parou



Credits
Writer(s): Antonio Pereira
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